Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim – Review

Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

E aí, já assistiu ao filme Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim? Pois é, foi lançado no dia 05 de dezembro, e eu fui lá conferir essa nova entrada no universo de Tolkien. Visualmente, achei muito bonito, e estava com uma expectativa altíssima por este filme. Afinal, desta vez, a história foi contada em um formato diferente: um anime. Confesso que me empolguei demais, esperando uma saga épica cheia de batalhas intensas e elementos de fantasia. Até teve um pouco disso, mas preciso admitir que algumas escolhas não atenderam totalmente às minhas expectativas.

Animação: Um novo estilo para a Terra-Média

O grande diferencial de Guerra dos Rohirrim é seu formato em anime. A transição do estilo clássico dos filmes live-action de Peter Jackson para uma mídia animada foi ousada e trouxe novos horizontes para a franquia. No entanto, a execução deixou a desejar em certos aspectos. Enquanto os cenários são visualmente impressionantes e a paleta de cores remete bem à atmosfera da Terra-Média, as cenas de batalha, que deveriam ser o grande destaque, ficaram aquém do esperado.

Minha principal crítica vai para a fluidez das cenas de ação. Esperava algo no nível de animes como Vinland Saga, Castlevania ou Attack on Titan, conhecidos por suas animações dinâmicas e bem coreografadas. Infelizmente, as batalhas em Guerra dos Rohirrim me pareceram um pouco estáticas, quase como se os frames estivessem “travados”. Isso quebrou parte da imersão, e confesso que me incomodou bastante. Ainda assim, o filme não foi uma decepção completa; classificaria como um bom entretenimento no estilo sessão da tarde.

A Protagonista Hera: Uma personagem divisiva

A protagonista, Hera, desempenha um papel importante na trama. Ela é essencialmente o centro das atenções, o que é uma grande mudança, considerando que nos materiais originais da obra de Tolkien, a personagem sequer possuía um nome. Claramente, isso foi uma escolha para adaptar a história em um longa-metragem, e muitas inclusões foram feitas para tornar essa narrativa possível.

Apesar de sua importância na trama, senti que Hera não convenceu completamente como uma guerreira excepcional. Ela é retratada como uma figura frágil em alguns momentos, o que contrastou com o peso e a responsabilidade de seu papel. Talvez o problema esteja na maneira como sua história foi construída. Mesmo sendo uma obra de ficção e fantasia, senti falta de lógica em algumas de suas decisões e habilidades. Isso gerou certa frustração na experiência geral.

Quero deixar claro que não tenho problemas com protagonistas femininas. Na verdade, acho incrível quando há boas representações femininas na fantasia. No entanto, a forma como Hera foi integrada ao enredo acabou soando forçada em certos momentos, o que diminuiu o impacto emocional que a personagem poderia ter gerado.

Sinopse: A história por trás do Abismo de Helm

Para quem ainda não conferiu, O Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim narra a história não contada por trás do famoso Abismo de Helm, a fortaleza icônica que desempenhou um papel crucial na jornada de Aragorn, Legolas e Gimli na trilogia original. O filme se passa 183 anos antes das aventuras de Frodo e dos eventos narrados nos livros e filmes clássicos.

A trama acompanha o lendário rei Helm Hammerhand, fundador do reino de Rohan, e os desafios enfrentados por ele e seu povo contra o lorde Wulf, que busca vingança pela morte de seu pai. A resistência, no entanto, recai sobre os ombros de Hera, filha de Helm, que assume a liderança em meio ao caos e aos ataques constantes de um inimigo implacável.

A Trilha Sonora: Uma jornada épica (mas nem tanto)

Um dos pontos altos dos filmes originais de O Senhor dos Anéis era, sem dúvida, sua trilha sonora, composta por Howard Shore. Infelizmente, em Guerra dos Rohirrim, a trilha não conseguiu alcançar o mesmo nível de grandiosidade. Embora seja funcional e contribua para criar a atmosfera da Terra-Média, senti que faltou aquele toque mágico que faz a música transcender e permanecer na memória dos fãs.

Isso não significa que a trilha seja ruim; apenas não é memorável. Talvez o uso de instrumentos mais tradicionais ou referências diretas às composições originais pudessem ter fortalecido o elo emocional com o público.

Inclusões na narrativa: Necessárias, mas problemáticas

É evidente que algumas mudanças foram feitas para adaptar a história de Helm Hammerhand para o formato de um longa-metragem. Isso incluiu a criação de novos personagens, como Hera, e a expansão de trechos que eram apenas mencionados nos apêndices de Tolkien. Essas alterações foram necessárias para preencher as lacunas e criar um arco narrativo envolvente, mas nem todas as escolhas funcionaram bem.

Um exemplo disso é a tentativa de equilibrar momentos de ação com cenas mais emocionais. Apesar da boa intenção, o ritmo do filme acabou sofrendo, especialmente no segundo ato, que parece se arrastar antes de culminar na batalha final. Além disso, alguns diálogos soaram artificiais, o que é sempre um risco em adaptações que tentam conciliar fidelidade à obra original com a necessidade de agradar a um público moderno.

A Importância Cultural de Helm Hammerhand

Helm Hammerhand é uma figura lendária na história de Rohan e da Terra-Média como um todo. Ele representa o arquétipo do líder resiliente, disposto a sacrificar tudo pelo bem de seu povo. O filme tenta capturar essa essência, mas, ao dar tanto destaque a Hera, o impacto da jornada pessoal de Helm acaba diluído.

Ainda assim, os fãs mais dedicados podem apreciar os esforços para explorar um período menos conhecido do universo de Tolkien. A narrativa adiciona camadas de profundidade à história do Abismo de Helm, uma das locações mais emblemáticas da trilogia original.

Ponto de Vista Técnico: Uma produção sólida, mas não excepcional

Do ponto de vista técnico, Guerra dos Rohirrim é uma produção sólida. A animação, embora limitada em alguns momentos, apresenta um design de personagens e cenários detalhado e fiel ao estilo de Tolkien. A dublagem, tanto no áudio original quanto nas versões localizadas, é competente, mas carece da emoção visceral que poderia elevar o material.

Outro ponto que merece destaque é a direção de arte. A paleta de cores usada no filme evoca a sensação de um mundo antigo e lendário, enquanto os detalhes das armaduras, armas e construções refletem o cuidado com a criação visual da Terra-Média.

Vale a pena assistir?

O Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim não é um filme perfeito, mas é uma adição interessante ao universo de Tolkien. Ele oferece uma nova perspectiva sobre um período pouco explorado da Terra-Média, embora nem todas as suas escolhas tenham sido bem-sucedidas. Para os fãs hardcore, vale a pena conferir e formar sua própria opinião. Já para o público casual, talvez não seja a melhor introdução ao mundo criado por Tolkien.

Se você busca batalhas épicas, personagens cativantes e uma dose de nostalgia, pode se decepcionar em alguns aspectos. No entanto, para quem aprecia a expansão do lore da Terra-Média, o filme certamente tem algo a oferecer.

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